quinta-feira, 31 de julho de 2008

Microondas detona o alimento

Acabei de comprovar... mais uma vez.

A primeira vez que ouvi falar a respeito, não acreditei. E se você for falar a qualquer pessoa razoável, ela vai dizer que é bobagem - "Imagina. Cientificamente, não faz diferença entre um alimento esquentado em uma panela de outro aquecido no microondas..."

Eu comia. Comia e não sabia também. Até percebia que a comida feita na hora, e a aquecida algum tempo depois tinha outro sabor. Só não sabia o porquê - o "paradigma" em minha casa era aquecimento da comida em microondas, fim de papo.

Só fui perceber quando larguei o preconceito e comecei a aquecer o alimento do jeito antigo, primitivo, histórico: banho maria.

Quando aquecido assim, o alimento esquenta por igual, mantém suas propriedades, seu sabor.

Porque escrevo isso? Agora mesmo, por um ataque de "vontade de fazer tudo rápido" (juro que estou tentando me conter desses ataques...), fiz meu prato e coloquei no microondas...

Que coisa!

A comida, antes deliciosa, tempero cuidadosamente calculado para aprimorar o sabor do alimento, facilitar a digestão... verdadeira linguagem de amor em forma de alimento... tudo se transformou em uma insossa massa de papelão!

É por isso que as indústrias "carregam" nos temperos ao produzirem seus pratos "prontos", congelados, embalados e embalsamados - mortinhos da silva. Fora os "realçadores de sabor" adicionados, o 'enxaquéquico' glutamato monossódico.

Ao terminar de comer, percebi a segunda característica da comida aquecida em microondas: além de isossa, é desvitalizada. Os antigos indianos, yogues, já diziam que a principal fonte de vida dos alimentos seria o prana (energia vital) contido neles. E não apenas vitaminas, sais mineirais, carboidratos, etc. dos quais a ciência ocidental tanto se preocupa.

Pratão cheio, bem farto, daqueles que geralmente me satisfazem e sustentam por um longo período, mas ainda me senti com fome depois! Oh, sim. O alimento desvitalizado não nos fornece energia. Portanto temos que utilizar nossas reservas para digeri-lo. É como sacar o cheque em um banco.

Muita da vitalidade dos alimentos é perdida no processo de confecção descuidado. É por isso que ao comermos "bobagens na rua" saímos estufados, mas não satisfeitos. E sem pique para voltar ao trabalho...

Por Sandro

obs: Após a publicação deste post, a MaFê veio falar comigo que não devemos falar tão mal do microondas, não sermos avessos à tecnologia, pois microondas ainda é muito útil pra esquentar a massa do biscuit pra fazer artesanato!

obs2: Achei mais utilidades para o microondas:

- Aquecer aquelas bolsas-gel de colocar nas costas - é ótimo, o microondas aquece a bolsa por igual, e nunca passa da temperatura :D

- Esquentar água para fazer a lavagem do nariz (o jala neti): Super prático. Usa a água destilada + a medida certa de sal marinho (uns 10%... aqui em casa a gente usa soro fisiológico mesmo, que já vem na medida). Coloca a mistura dentro da lota (peça específica para fazer a limpeza) e leva ao microondas para esquentar na potência de descongelamento.
Cada microondas é diferente, mas em cerca de 20 segundos, a água está boa - tépida, temperada o suficiente para encostar nos lábios e não queimar.



Comentário póstumo:
O processo do banho-maria é bem antigo, mas não é tãão 'primitivo' assim: O processo recebe o seu nome em honra da alquimista Maria, a Judia.
Maria, a Judia
ou Maria, a Profetisa, é uma antiga filósofa grega e famosa alquimista que viveu no Egipto por volta do ano 273 a.C..
Neste processo, as substâncias nunca são submetidas a uma temperatura superior a 100º C, já que a partir dessa temperatura, todo o calor transferido para a água é convertido em energia cinética nas moléculas da água, formando-se vapor de água.

Dá também para amornar a comida viva nesse processo, se a gente tomar o cuidado de deixar a água ferver primeiro, desligar o fogo e depois colocar o vidro temperado com o alimento. Depois ir mexendo com as mãos até amorrrnar tudo por igual (não pode queimar as mãos, pois assim vai queimar o alimento também). Mas tem que ser vidro ou barro. Recipiente de metal não serve, pois transmite o calor muito rápido.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho uma boa se desprender dessas tecnologias, mesmo porque logo só comeremos alimentos quentinhos se soubermos fazer uma fogueira rsrsrs
:)

MaFê Senger disse...

Mara,

enquanto houver sol, haverá a possibilidade de fogões solares, com tecnologia de última geração.

;)